terça-feira, 8 de março de 2011

RETIRADO DO BLOG DO COSME RÍMOLI... Belo Texto Para o dia Intercional da MULHER

8 de Março | às 13h00

Toninho Cerezo terminou de maneira exemplar, magnífica uma situação difícil.

Ainda mais no cruel meio do futebol.

Ser pai de Lea T.

Ela nasceu Leandro e se transformou no transexual mais importante da moda na Europa.

Quando Lea se tornou notícia mundial, Cerezo era treinador do Sport.

A torcida pernambucana não foi nada delicada com ele.

Principalmente os apaixonados pelos rivais Náutico e Santa Cruz.

Nas primeiras entrevistas, o treinador não quis falar sobre o assunto.

E deixou nas entrelinhas que não falava com o filho.

Léa T o desmentiu algumas vezes.

Mas faltava um depoimento claro, transparente, sem dúvidas de Cerezo.

E ele veio.

Da melhor maneira possível.

Singela.

Em forma de carta.

A revista Lola pediu e ele aceitou escrever.

Não usou computador, caneta, papel...

Usou o coração...

Alguns trechos da emocionante declaração de amor de um pai...

Ainda no ventre, Leandro foi um filho esperado e amado.

Na sua infância, seu sorriso doce e os cabelos cacheados não me indicavam qualquer tendência...

Era apenas meu filho...

Com o passar dos anos e a chegada da adolescência, conheci, na intimidade...

E nos momentos que passamos juntos, seu jeito diferente...

A clara ausência de predileção por brincadeiras masculinas.

Percebi interesse por assuntos ligados à arte e ao universo feminino...

(...) Apesar de notar as diferenças, percebi também que nada poderia fazer...

E tudo o que poderia dar a ele/ela era o meu amor incondicional...

A segurança, o conforto e a certeza de que, em qualquer circunstância...

Por mais que longe, eu estaria sempre ao seu lado.

Em alguma entrevista, Lea disse que a única coisa que gostaria de ter aprendido no futebol...

Eram as embaixadinhas (veja só!)

E que tentou até aprender mas não foi bem-sucedida.

Sei que trabalho em um ambiente teoricamente machista...

Mas nunca houve influência nem espaço para cobranças...

Apenas dei oportunidade de estar comigo caso quisesse.

Pode ser que eu tenha sido negligente como pai...

Mas não há motivos para frustrações.

Não podemos ser bons em tudo.

E você, Lea T Cerezo, sabe muito mais que embaixadinhas.

Teve coragem de, elegantemente, tentar quebrar paradigmas...

E mostrar ao mundo que devemos aceitar, sim, as diferenças...

Ser tolerantes com as diversidade, entender...

E não julgar aquilo que não conhecemos.

O caminho pode ser longo..

Mas, com certeza, não será o mesmo depois de você.

A paternidade é livre de qualquer padrão...

De qualquer critério imposto pela sociedade.

Filho deve ser aceito na sua totalidade.

Na sua integral condição de vida...

Independentemente de sua orientação sexual.

Como diria o poeta Cazuza: "O tempo não para, não para, não para..

E filho crescido não cabe mais aos pais educar.

Sendo assim, aqui ou lá, torço por você, Lea.

Menino ou menina, Leandro ou Lea, não importa mais.

Sempre serei seu pai...

E você, orgulhosamente, um pedaço de mim. (...)

(...) Meu menino, minha menina para sempre...

Eternamente...

Os dois serão meus...

No alto, Lea T, em um dos inúmeros ensaios que fez para as melhores revistas de moda do mundo...

Na foto em família, abaixo, Leandro está à direita em pé...

Com seus 'cabelos cacheados'...


2 comentários:

Anônimo disse...

Bravo Cerezo! Antonio Carlos Cerezo. Voce como ex-palhaço, bem sabe, que no picadeiro da vida, devemos sempre tentar fazer o nosso melhor. Sendo o que quizermos ser. Fazendo o melhor.
Parabens.

Alvinegro disse...

Bravo Cerezo! Antonio Carlos Cerezo. Voce como ex-palhaço, bem sabe, que no picadeiro da vida, devemos sempre tentar fazer o nosso melhor. Sendo o que quizermos ser. Fazendo o melhor.
Parabens.