quinta-feira, 27 de maio de 2010

CARTA DE UM MARGINAL


Hoje vou repassar uma letra de uma banda de forró chamada Matruz com Leite e o interessante que ela, a musica, fala de uma carta de uma pessoa que nunca teve oportunidades em sua vida e que escreve para um POETA para fazer de sua triste vida uma estória relatada.

Essa musica eu conheço a uns 15 anos e podemos colocar em nos dias de hoje que vai cair muito bem. Basta só perguntar a cada menino filho do crack que ele vai contar a sua vida como se fosse um paralelo com a musica.


MASTRUZ COM LEITE - CARTA DE UM MARGINAL

Lucas Evangelista

Recebi pelo correio carta de um hospital
Dizendo ser de um cliente que passava muito mal
O qual eu já tinha lido o seu nome no jornal
Dizia: caro poeta só você que tem memória
Pode transformar em versos minha fracassada história
Meu destino veio traçado com a minha formação
O ventre que me gerou foi desmando e traição
Fui maldito desde o dia da minha concepção
Passei por cima da pílula
Fui gerado em desconforto
Minha mãe tomou remédio pra ver se eu nascia morto
Vim ao mundo por acaso e não conheci meus pais
Fui jogado em um cerrado em pedaços de jornais
A polícia achou-me quando procurava marginais
Alguém de mim tomou conta me fazendo uma esmola
Me criaram como filho e me botaram na escola
Não quis saber de trabalho, estudar não dei valor
Sempre desobedecendo ao meu superior
Batia nos meus colegas
Xingava meu professor
Peguei o vício da droga junto com a corriola
Minha vida foi maldita mesmo dentro da escola
Fui expulso de um colégio por traficância ilegal
Desonrei uma menor e fugi da casa dos pais
E parti para a pesada num grupo de marginais
Não conto tudo a miúdo porque meu tempo não dá
Não quis nada com o trabalho
Meu negócio era jogar
Traficante e assaltante todos temiam a mim
Fui terror da noite escura e fiz tudo que foi ruim
Um germe assim como eu só presta levando o fim
Sempre fugindo do cerco e matando de emboscada
Seduzi muitas donzelas
Fiz assalto à mão armada
Naquele mesmo lugar onde eu fui encontrado
Pela ronda da polícia há muito tempo passado
Me escondendo de um assalto por ela fui baleado
A bala entrou em meu peito e feriu meu coração
Já fizeram muito esforço mas não tenho salvação
Não te escrevo mais porque minha vista está tão pouca
Falar também eu não posso
Minha garganta está rouca
Termino a carta botando muito sangue pela boca.


Se possível ouvir a musica e ver que assim como os sulistas falam de suas terras nós NORDESTINOS falamos das nossas. Só que fomos sempre colonizados e explorados e a concepção da região sul veio de partilhas e reforma agrária em terras férteis e com um clima melhor para diversificação de culturas.

Mas somos BRASIL e BRASILEIROS e fazemos parte desse povo que apesar das adversidades geografica temos muito a comemorar.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

O HOMEM INVISÍVEL


Dizem que JK, no auge da ditadura militar (1966), foi proibido de entrar no Distrito Federal, onde ele nem podia pousar seu avião na cidade que em pouco mais de cinco anos tinha inaugurado.
Só quem morou, viveu e ajudou a levantar BRASÍLIA naquela época sabe que não foi fácil construir uma cidade em 1000 dias. Mas não era uma cidade normal, era uma cidade futurística com quebra de paradigmas de ENGENHARIA, ARQUITETURA e LOGÍSTICA.
Brasília foi construída no meio do "NADA", sim; apesar de ter algumas cidades e povoados ao seu redor, foi feita não só a CIDADE em SI, mas também mais de 40000km de estradas para integrar todas as regiões do país a ela e trazer o poder que antes era centralizado no triângulo, MINAS, RIO e SÃO PAULO para o centro do país ou planalto central, para dar mais autonomia aos poderes executivo, legislativo e judiciário.
Brasília foi feita de forma absurdamente competente para os padrões da época, pensada e projetada em todos os detalhes. Quem que já foi a BRASÍLIA pode até não gostar, achar feia, mas deve concordar que é uma cidade que impressiona em muitos aspectos.
O nosso ex-presidente JK, proibido literalmente de andar pela a cidade e, de certa forma, exilado numa propriedade sua no entorno da cidade, resolveu vestir uma roupa surrada e colocar um chapéu de palha para andar por sua maior obra.
Era mais ou menos umas 10h da manhã quando ele começou sua caminhada na Praça dos 3 Poderes, passando pelo o Eixo Monumental, margiando os Ministérios e chegando na rodoviária VELHA. Olhou para
aquela "muvuca", queria abraçar a todos, mas ele tinha que permanecer invisível. Sentiu o cheiro de café e de
pão de queijo mineiro, que hoje faz parte do café matinal de quase todos os BRASILIENSES/CANDANGOS que tomam café em padarias. Pediu para um de seus acompanhantes comprar um pingado e um pão de queijo. Na
parte superior da rodoviária, pode ver seu grande feito pulsando, mas sem poder mostrar sua cara. Entra no carro com os olhos lacrimejando e vai embora. Assim como não foi notado em sua chegada, também não foi notado em sua saída.
Se isso é verdade ou não, JK levou com ele 10 anos depois em um acidente de carro.
PARA ESSE FINAL, O SEGUINTE:
Se isso é verdade, nesse dia, JK foi O HOMEM INVISIVEL.