10 de Agosto de 2009
Projeto de lei prevê tarifa de telefone mais barata para gagos
Sempre que se fala em gagueira todo mundo começa a rir. Será que isso é ruim?
“É muito ruim. Tanto que o slogan da nossa campanha é ‘Gagueira não tem graça, gagueira tem tratamento’", afirma a fonoaudióloga Daniela Zackiewicz.
Daniela Zackiewicz preside a Associação Brasileira de Gagueira (Abragagueira): "Meu marido é gago. Tenho duas filhas. Gagueira é genética. Minhas filhas também são gagas".
“Na infância ainda é possível curar a gagueira, com uma intervenção precoce. Na idade adulta não”, explica.
Fantástico - Você sabe quando você ficou gago?
“Eu fiquei gago depois de um susto que eu levei de um sapo. Eu estava brincando no quintal e o sapo pulou no meu pé. Depois desse fato, eu voltei a falar gago”, conta Júlio Neto, farmacêutico.
"A pessoa não nasce gaga, ela nasce com a possibilidade de desenvolver o distúrbio, uma vez que é um distúrbio hereditário. Durante a vida ela pode desenvolver ou não. Eu acho triste quando alguns gagos fazem graça disso. Tem a gaga de Ilhéus. Isso é muito negativo", explica a fonoaudióloga Mônica Pereira.
“a gagueira é descrita desde o Antigo Egito, na verdade antes. Na Bíblia, tem um trecho que Moisés pedindo a Deus que tire a trava da língua dele”, conta Mônica.
E não só Moisés. Charles Darwin, Winston Churchill, Machado de Assis, Nelson Gonçalves, Julia Roberts, Bruce Willis e Marillyn Monroe.
O deputado Diogo Tita, de Mato Grosso do Sul, trouxe uma boa nova: ele apresentou um projeto de lei propondo uma cobrança diferenciada, mais barata, para os telefones de pessoas gagas. Ao falar no telefone a pessoa pode demorar mais tempo.
“Os adolescentes ficam mais inseguros em chegar na menina e gaguejar. Normalmente eu falo pra eles que isso não importa, o que importa é a pegada”, explica a fonoaudióloga Daniela Zackiewicz.
“Sou casado, minha esposa não é gaga. Meus filhos não são gagos. Meus pais não são. Deve ser algum tataravô desgraçado. Nunca atrapalhou a vida pessoal, afetou mais a profissional. Mas isso deve ser esse charme, uma coisa natural minha”, conta Roberto Galvão, publicitário.
“Eu acho que a sociedade precisa de uma vez por todas encarar, de frente, a questão das pessoas com necessidades especiais. E respeitá-las como elas merecem”, afirma Júlio Neto, farmacêutico.
Fonte: Fantástico/ TV Globo
Um comentário:
Realmente, o projeto de lei não é tão disparatado quanto parece. A desinformação sobre gagueira é que o faz parecer assim.
Talvez aqueles que criticam o projeto comecem a mudar de opinião depois de assistir a este curta-metragem: http://www.youtube.com/watch?v=Y6bzpvjvy3k
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