sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O TOCADOR DE VIOLÃO


Ele era Jovem e desde dos 5 anos de idade já dedilhava um violão como poucos. Sua voz era igual a seda, principalmente nos ouvidos das mulheres, sempre carismático, cheio de amigos e convites para festas encontros não tinha como não se achar o centro das atenções.
Certa vez no seu colegial deixou de prestar vestibular para passar um fim de semana num acampamento. E nem sentiu a diferença de entrar anos depois num curso de filosofia mesmo sabendo que seus amigos estavam em cursos mais de destaques e que ele tinha plena condições de estar no meio também. Mas ele não sentirá a diferença pois mesmo dando aula de história numa escola pequena ainda era o centro das atenções, pois, continuava sendo chamado para as festas e encontros e sempre aparecia uma mulher encantada com sua voz e seu charme pois quem não gostava de ver um homem atraente no meio daqueles amigos quarentões de óculos na cara cabelos curto e com barrigas bem saliente.
Ele era e se orgulhava em ser o FIGURA poucos ousavam falar mal dele ou dá conselhos, pois, seus próprios amigos aboliam os que levantassem qualquer defeito a seu respeito. Mesmo muito sabendo que ele tinha quatro filhos assumidos com três mulheres diferentes e todas as três por mais penumbra que passassem e reclamassem sempre o recebiam em sua casa. O amor delas por ele era tão incondicional que ainda viam beleza naquela voz roca do cigarro e aquele corpo debilitado por horas sem dormir e mal alimentado regado a álcool.
Ele vira seus filhos crescer seus alunos evoluírem e ele ainda estava participando de encontros estudantis em republicas.
Certo dia ele chegando num bar viu duas moças muito bonitas e atraentes. Começou a tocar e cantar para elas, as moças chamou o dono do bar e reclamou do mau cheiro vindo de seu corpo, que já fazia mais de uma semana que ele não tomará um banho, e na mesma hora ele foi expulso do bar caindo por cima do violão e ficando desfalecido no canto da calçada.
Vendo que já não tinha mais emprego família e sua idade passará dos 50 ele passou a ser um andarilho passando em cidades e cidades para não poder mais se apegar a nenhum lugar.
Sua voz estava desaparecida e seus dedos de tão inchados não dedilhava e nem mesmo segurava um instrumento.
Foi quando ele no fim de suas forças. Chega de frente a um templo religioso olha para aquele céu sem nuvens e aquele sol escaldante de meio dia que o deixa sego momentaneamente, naquela hora ele pede ao criador para que ele o recebesse, pois, dali em diante ele iria tocar para exaltar sua fé e mostrar aos outros o quanto o criador o transformara num homem outra vez. Logo após seu pedido o zelador do templo o ver e o acolhe ele passa mais ou menos uma semana de cama e aos poucos vai recebendo suas forças ao mesmo tempo ele vai ajudando a manter limpo o templo e os seus pulmões sem o cigarro deu um som bem grave a sua voz que passou a ser aveludada e seus dedos afinaram tanto para dedilhar como para compor e mudar roupagens daquelas musicas ecumênicas não tinha um sacerdote que não o queria na suas pregações, mas o trato que ele havia feito com o criador era de nunca colocar os pés fora do território demarcado pelas grades do templo assim ele passou 20 anos dentro daquela sua vida rica e prazerosa e não sentia falta de nada, pois, fazia o que gostava e tocava de verdade o coração das pessoas que iam ouvir e o melhor ele não era mais o centro das atenções.
Um certo fim de semana ele ver a porta e o portão do templo aberta, veio uma vontade de correr e sair, naquele momento ele tinha a certeza que era o criador que o havia mandado ir embora, e assim ele segue rumo de volta a sua cidade. Ele desembarca na rodoviária de sua cidade pela a madrugada e ver todos dormindo, passa em frente ao centro universitário e ver o mesmo bar onde ele sempre amanhecera o dia, entra e ver uma turma de universitários, tocando e esperando o sol aparecer, conforme os raios da manhã vai aparecendo e ele encostado na entrada vendo aquela cena, ver que por traz do grupo tem uma especie de santuário e ele olha com mais calma e ver sua foto ele se aproxima e ver assinaturas de todos os amigos que o acompanhará em outras horas, olhando para o letreiro pintado na parede ver que o BAR tem seu nome, observa melhor as pessoa e ver que o sujeito do balcão era o seu primeiro filho e ele chega até o rapaz e começa a conversar. E pergunta quem era aquele senhor que estava em todas as fotos. O rapaz responde que seu pai e disse que o pai dele era o melhor homem que a cidade já conhecia era um homem responsável de coração grande e dividia tudo, que até seu amor que era tão grande que não se resumia a uma só mulher.
Ele vendo que aquela definição dele era completamente diferente do que ele tinha dele mesmo pois ele deixara tudo para segundo plano para viver na boemia e mal dava atenção aos seus próximos e que vivia bêbado pelos quatro cantos da cidade, mas ele permanece calado e pergunta onde anda o PAI dele. O filho reponde dizendo que o dono de um bar um certo dia, há mais de 20 anos, após fechar o bar saí com ele para o rumo de sua casa mas o seu pai para defender o amigo dono do BAR que estava preste a ser atropela se joga na frente do carro salvando o amigo e pagando com sua própria vida. Os amigos de seu pai que já eram prefeitos médicos e comerciantes resolveram comprar o bar e dar para nós da família e desde então passamos a perpetuar a sua vida daquele modo. Ele sem saber o que falar, diz ao rapaz que conheceu o seu pai e aprenderá a tocar com ele no tempo de escola mas ele teve que ir embora, e estaria de passagem pela a cidade até o próximo ônibus passar, ele queria tocar para aqueles jovens. O filho dele disse muito simples que ele ficasse a vontade ele tirou da sacola sua viola e começara a tocar para todos que no bar estavam e a quem passavam reconhecia aquela voz juntavam-se ao redor do bar a aula naquele dia começara mas nenhum aluno entrara para ver aquele homem com paletó branco e uma voz aveludada. Após tocar muito, a mesma voz que manda ele sair do templo chama ele de volta, ele sem dizer quem era, pede obrigado a todos, e seu filho de tão emocionado pede para ele assinar em uma das fotos de seu pai ele olha, pede a caneta e assina deixando o violão e dizendo para seu filho que o seu pai aprenderá a tocar naquele violão. E assim ele pegou o ônibus e voltou para aonde estava.
As suas três esposas entram no bar momentos depois e uma sente o cheiro dele de sua colonia como o deixado no copo o halito de cravo mascado a segunda reconhece a sua assinatura no quadro de seu retrato e a terceira reconhece o violão que ele havia deixado era o mesmo que havia esbagaçado com ele no dia de sua morte e que o acompanhará desde de seus tempos de escola primária.

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