
A vida sorri para o brasileiro apreciador de cerveja quando este visita, pela primeira vez, um pub na Inglaterra ou uma kneipe na Alemanha.
Acostumado a escolher entre três ou quatro marcas de tipo e gosto bastante parecidos, este bravo consumidor (mais um ludibriado sofredor, pelo que insua um debate em andamento na Folha de São Paulo, que lançou a suspeita de que tres quartos da matéria-prima da cerveja no Brasil vem do milho) se vê na posição de uma criança solta numa fábrica de chocolates de primeira qualidade.
Na Europa - à exceção, talvez, dos países mediterrâneos - cada região produz uma cerveja distinta onde a bebida e sua produção estão ligadas a profundas tradições culturais e históricas.
Na Alemanha, por exemplo, existe um conjunto de regras, o Reinheitsgebot, que zela pela qualidade e pureza da bebida desde 1516. E a constituição municipal mais antiga do país, baixada pelo imperador do Frederico Barbaruiva em 1156 para a cidade de Augsburg, determinava punição para donos de estabelecimentos que servissem "cerveja ruim ou em dose injusta".
Ou seja, aqui há de tudo, do bom e do melhor. E com tanta coisa interessante e desconhecida sendo oferecida no balcão, a escolha muitas vezes acaba sendo feita na base do "uni-duni-tê".
Mas não temei, companheiros cervejeiros, pois o BBC à Mesa traz as dicas de três "especialistas" com vários anos de visitas a pubs e bares europeus nas costas.
Começo com minhas opiniões:
A cerveja que costumo beber - Stella Artois
A Inglaterra é o país das ales e stouts, mas eu ainda prefiro as do tipo "lager" - como eles chamam a cerveja de baixa fermentação, como a pilsen, mais apreciada no continente europeu. Para muitos, a Stella é "a menos pior" das lagers vendidas nos pubs londrinos. A melhor pilsen que já provei é a Veltins alemã.
As melhores cervejas que provei na Europa - De Koninck e Veltins
Uma ale, cerveja de alta fermentação, de cor avermelhada, fabricada na Antuérpia, Bélgica. Ela é servida num copo criado especialmente para ela, em formato de taça. Encorpada, com leve gosto de caramelo. Já bebi ela em Londres e na Holanda. E a Veltins, alemã, tem que ser na garrafa - linda - mesmo.
Segue a colaboração (lacônica) do Akira van der S, músico (líder da banda dos anos 80 Akira S & As Garotas que Erraram) e dono de uma empresa de informática, que vive em Amsterdã:
A cerveja que costumo beber - Heineken (em casa e fora)
As melhores cervejas que provei na Europa - De Koninck, Duvel e Hoegaarden (com limão), todas belgas, as alemãs Paulaner (de trigo) e Veltins (pilsner), a Pilsner Urquell tcheca e a Guinness extra cold vendida nos pubs britânicos e irlandeses.
No próximo post, que lançarei ainda nesta semana, virá a valiosa contribuição do jornalista e ex-colega da BBC Brasil Rodrigo Amaral, que manja pacas do assunto, foi colaborador da revista Beers of the World e vive atualmente em Madri.
Um continente de cerveja II

Um comentário:
Eu realmente gosto da cerveja. Eu sempre vou a alguns restaurantes em barueri que servem várias cervejas importadas de todo o mundo.
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